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25 de Abril de 2024
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    Foco sobre o triplo homícídio do advogado José Guilherme Villela é mudado pelas investigações

    Publicado por Correio Forense
    há 15 anos

    Depois de realizar novas diligências até o fim da madrugada de ontem, a Polícia Civil deu novos rumos às investigações sobre a morte do advogado José Guilherme Villela, 73 anos, de sua mulher, Maria Carvalho Mendes Villela, 69, e da empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, 58. A apuração se concentrará nas ações em que o advogado atuava em seu escritório. Os delegados e agentes também trabalham com a hipótese de que o crime tenha sido premeditado.

    O ponto de partida dessa nova linha de investigação coordenada pela delegada-chefe da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Martha Vargas, desta vez, será o escritório, na Quadra 1 do Setor Comercial Sul (SCS), onde o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trabalhava com sua equipe de advogados, entre eles, o filho Augusto e a neta Carolina Villela. “Estamos seguindo várias linhas de investigação. Vamos fazer um levantamento no escritório, onde pesquisaremos ações judiciais e as principais causas defendidas”, informou o chefe do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC), André Victor do Espírito Santo.

    O delegado não deu detalhes de como os trabalhos serão conduzidos e que tipo de informação os investigadores pretendem obter com as novas diligências no escritório do Edifício Denasa. Além do local, a polícia pretende vasculhar outros imóveis da família Villela. A intenção é buscar indícios que possam levar aos suspeitos. Além de ganhar notoriedade por defender o ex-presidente Fernando Collor de Mello, no processo de impeachment, José Guilherme advogava em questões fundiárias. Os investigadores querem saber se a motivação para o crime tem alguma relação com os casos nos quais ele atuava, o que fortalece a hipótese de que o triplo homicídio tenha sido encomendado.

    Até agora, as principais buscas se concentraram somente no apartamento das vítimas situado no Bloco C da 113 Sul. O imóvel foi periciado 10 vezes. O último trabalho, realizado na tarde e noite de sábado, contou com equipes do Instituto de Criminalística (IC) e de Identificação (II). A última apuração de provas teve ainda a colaboração da psiquiatra Conceição Krause, do Centro de Estudo da Mente, departamento vinculado à Polícia Civil do DF e ao diretor do Departamento de Polícia Técnica (DPT), José Ribamar Machado.

    Foram mais de seis horas de trabalhos dentro do imóvel. Lá, os especialistas colheram novas impressões digitais e recolheram evidências. A polícia analisa indícios de que o criminoso (ou criminosos) entrou no apartamento 601/602 da 113 Sul para roubar o casal. Porém, a tese de latrocínio só será confirmada nesta semana, quando se inicia a análise dos laudos periciais.

    OAB no caso

    A terceira semana após a descoberta dos corpos de José Guilherme, Maria Carvalho e Francisca se inicia com o resultado de exames realizados pelo Instituto de Identificação da Polícia Civil, que devem revelar as digitais colhidas no apartamento dos Villela. Outro laudo, divulgado pelo Instituto de Criminalística, vai descrever a dinâmica do crime. Hoje, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) começa, oficialmente, a acompanhar o inquérito policial. Mas a participação da seção brasiliense da entidade se limitará, por enquanto, ao papel de observadora privilegiada do caso. “Quando houver um dado concreto, a gente entra em ação como auxiliar do Ministério Público num possível processo”, explicou o advogado criminalista Raul Livino, designado na sexta-feira para representar a OAB/DF no acompanhamento do caso.

    Sobre as novas apurações no escritório dos Villela, Raul Livino elogiou a investigação coordenada pela delegada Martha Vargas. “Estamos diante de um quebra-cabeças. Todo o fator que não anula um dado é passível de ser investigado”, ratificou.

    Todo o trabalho de apuração vem sendo feito pela 1ª DP. A delegada Martha Vargas tem preferido o silêncio a divulgar informações que possam atrapalhar as investigações. Ontem, a movimentação na delegacia foi tranquila. Martha chegou sozinha à delegacia por volta das 20h40 . No dia anterior, a chefe das investigações esteve no prédio acompanhada da psiquiatra forense Conceição Krause. “Ela está traçando o perfil psicológico das pessoas que prestaram depoimento”, explicou André Victor.

    Filha não foi à DP

    Ao contrário do que divulgou o Correio na edição de ontem, a testemunha que compareceu à unidade policial na tarde de sábado não foi a filha do casal assassinado, Adriana Villela. A polícia esclareceu que a mulher que chegou à delegacia com o rosto encoberto por um lenço era, na verdade, uma pessoa que se apresentou como informante. “Ela resolveu aparecer na delegacia por conta própria. Dizia ser uma informante, mas não acrescentou nada às investigações”, garantiu André.

    A informação de que se tratava de Adriana se deu por causa da semelhança entre elas. A informante que entrou no prédio tinha o cabelo preto e mediano e as mesmas características da filha do casal. Ela também não deixou a delegacia pela porta da frente, o que despertou desconfiança dos jornalistas. Agentes de polícia ainda deixaram subentendido que era Adriana. “Há muitos palpiteiros nesse caso. Não há vazamento de informação e, portanto, ninguém sabe o que está acontecendo”, reiterou André Victor.

    Para saber mais

    Segundo conclusão do laudo pericial, as vítimas foram assassinadas entre às 19h30 e 20h do último dia 28 de agosto, uma sexta-feira. A empregada Francisca Nascimento teria sido a primeira a morrer, com 22 facadas pelas costas. Ela teria aberto a porta para o criminoso (ou criminosos). Conforme o laudo técnico, Maria Villela recebeu 12 golpes no tórax e o marido, José Guilherme, morreu depois de receber 38 facadas.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/foco-sobre-o-triplo-homicidio-do-advogado-jose-guilherme-villela-e-mudado-pelas-investigacoes/1873292

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